|
|
Partilhar |
|
|
|
|
O crescimento constante da internet e do e-commerce no Brasil tem
representado uma oportunidade para os que querem empreender, mas também
um desafio. Como se destacar em um cenário que caminha para o
amadurecimento e testemunha a disputa cada vez mais acirrada de players
de todos os tamanhos – desde os que nasceram originalmente no universo
digital até os grandes varejistas que também apostam na internet?
Não só no varejo eletrônico, o Marketing Digital mostra-se uma
ferramenta importante para as pequenas e médias empresas que querem
crescer e ganhar notoriedade no mercado. Em uma era direcionada para o
relacionamento, quem não tem verba para investir pesado na comunicação
tradicional ganha espaço com criatividade e um diálogo certeiro com o
consumidor na web.
“As empresas fogem cada vez mais do caminho do branding
tradicional e optam pelo relacionamento, pelo bate-papo com os clientes.
Trabalhar bem as mídias sociais é um dos principais meios. Exige mais
criatividade e estratégia do que dinheiro”, acredita Flávio Horta,
Diretor da Digitalks, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Nem tudo que está na moda é adequado
Os modismos, no entanto, devem ser vistos com cuidado quando o assunto é
internet. Há quatro anos em operação, a Doce Beleza opera
exclusivamente online vendendo cosméticos, especialmente produtos para
os cabelos. Em um primeiro momento, a prioridade foi investir em
mecanismos que dessem visibilidade à marca.
“A grande vitrine para negócios baseados na internet é o Google, com
adwords e busca orgânica. É daí que vem quase toda a visibilidade que a
empresa pode ter, independente do porte. Obviamente, quanto mais verba,
mais visível ela tende a estar”, conta Celso Vistra, Gerente de
Marketing da Doce Beleza, em entrevista ao portal.
Foram necessários dois anos para que a empresa desse um novo passo e
investisse em mídias sociais. A estratégia da Doce Beleza nestes canais,
entretanto, não é orientada para vendas, e sim para o relacionamento. A
intenção sempre foi ter um espaço para que as consumidoras discutissem,
tirassem dúvidas e falassem sobre assuntos relacionados ao universo da
beleza.
A importância de um diagnóstico correto
Agora, o investimento é ainda maior. A Doce Beleza está reformulando os
canais existentes, como Linkedin, Facebook, Twitter e Youtube, e criando
novos perfis no Pinterest e no Tumblr, além de um blog. Tudo para
incentivar ainda mais a conversa e fortalecer a marca, contribuindo para
o aumento do faturamento da empresa, que em 2011 cresceu 55%, atingindo
R$ 12 milhões. Para a Doce Beleza, as mídias sociais devem manter-se
como um canal de relacionamento e deixar as vendas a cargo da loja
virtual.
“Acompanhamos o social commerce e não descartamos a possibilidade, mas
pensamos que não é uma plataforma adequada para o nosso negócio. A
navegabilidade de um portal bem estruturado, como pesquisa de produtos, é
infinitamente superior à da plataforma do Facebook, por exemplo”, diz
Vistra, ressaltando que, no caso de empresas que estão começando, as
vendas por meio de plataformas como o Facebook e sua Like Store podem
ser uma alternativa rentável.
Antes de pensar em outros canais, no entanto, é importante fazer uma
avaliação do próprio site e das ferramentas já utilizadas. Algumas
mudanças simples podem trazer resultados satisfatórios. Foi o que
aconteceu com o Instituto de Estudos Franceses e Europeus (IFESP).
Depois de reformular toda a estratégia digital, o IFESP conseguiu passar
de um faturamento de R$ 750 mil em 2009 para R$ 1,5 milhão em 2011 e
gastar duas vezes menos com Marketing.
Mudanças que fazem a diferença
Em 2009, o IFESP contava com um site feito de maneira artesanal, mas com
um bom posicionamento nas buscas orgânicas. Com a reformulação do
portal, entretanto, a visibilidade diminuiu e aumentaram os gastos na
compra de palavras-chave. “Desconhecendo as melhores práticas de
Marketing Digital, percebemos que não iríamos muito longe e o custo
seria alto”, explica Alexandrine Brami, Sócia-Diretora do IFESP, em
entrevista ao Mundo do Marketing.
O primeiro passo foi diagnosticar os problemas e transmitir para a
equipe o que estava errado e precisava ser mudado. Em seguida, foi
necessário ganhar notoriedade na internet para aumentar a taxa de
conversão dos prospects em clientes. Foi o momento, então, de mudar mais
uma vez o site, que passou a ser orientado para buscas orgânicas.
Como o maior problema era justamente a conversão de clientes, o
instituto também investiu na melhoria do sistema de e-mail Marketing.
“Enviávamos e-mail e as pessoas marcavam como spam ou pediam para sair
do mailing. Encontramos uma empresa que não só oferecia a prestação de
envio, como também a consultoria em otimização dos e-mails”, lembra
Alexandrine, ressaltando que a medida mais que triplicou a taxa de
abertura, passando de 6% para 20%, e expandiu de 10% para 35% o número
de cliques dos e-mails.
Marketing Digital também demanda investimentos
Apesar de parecer pequeno, se comparado ao Marketing tradicional, o
investimento em Marketing Digital deve ser cuidadoso e planejado para
minimizar erros. “Para a pequena empresa, montar uma equipe de mídias
sociais tem um custo alto. Utilizar os próprios funcionários acaba sendo
um caminho mais viável”, sugere Horta, da Digitalks. “Os profissionais
de Marketing precisam se adaptar a um mundo com mais números. Na
internet, a ação vai para o ar e começa o trabalho de mensurar,
entender, mudar e melhorar, de forma contínua”.
É exatamente a falta de estratégia um dos principais erros de quem
investe em Marketing Digital. “Entrar na internet sem planejamento é um
tiro no pé. Tem que estar preparado para o consumidor que vai falar de
você, bem ou mal. O Santander, por exemplo, tem uma política de
responder em até duas horas no Twitter e quatro ou cinco horas no
Facebook. Pelo telefone, são cinco dias. Isso mostra a diferença do buzz
que um consumidor insatisfeito pode causar nas redes sociais comparado
ao telefone”, considera Horta.
Entre as próximas tendências, além das mídias sociais que já são mais do
que exigência, está o mobile. “No futuro vejo tudo isso que estamos
falando muito mais forte no mobile, que já é uma realidade. Os preços
dos smartphones estão cada vez caindo mais e daqui a pouco os tablets
serão mais baratos do que computadores. Veremos o boom do Brasil móvel”,
destaca o Diretor da Digitalks.
Fonte: mundodomarketing.com.br |